O que inspira o grande artista J. Borges

Nossa homenagem ao múltiplo artista que talhou em madeira e em versos o seu orgulho de ser nordestino. Obrigado, J. Borges! A família e amigos, nosso pesar.

Artista, cordelista e poeta brasileiro, José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges, desde sua infância tem um contato singular com a arte e acompanha o que se passa nesse segmento internacionalmente. As obras do artista atravessaram fronteiras e já foram expostas na França, Espanha, Venezuela, Alemanha, Suíça e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem do The New York Times, que o apontou como gênio da arte popular.

J. Borges foi escolhido para representar os grandes xilogravuristas no Galo da Madrugada em 2020, desfile do maior bloco de rua do mundo que aconteceu no Sábado de Zé Pereira, no dia 22 de fevereiro.

J. Borges sobre sua trajetória e trabalho

Nesta entrevista ao Viva RioMar, J. Borges fala sobre a sua trajetória e seu trabalho:

Viva RioMar: Com 80 anos, como é a sua rotina?
J. Borges: Minha rotina é de muito trabalho, fazendo várias xilos e atendendo aos que me procuram para saber como vivo e faço.

Viva RioMar: Quantas xilogravuras você já produziu? Quais as ferramentas usadas?
J. Borges:  Já perdi as contas. São 60 anos fazendo de todos os tamanhos, temas, ilustrações e muitos pedidos diferentes. São milhares de obras durante minha vida. As ferramentas que eu uso são faca, estilete, goivas, buril e vários pregos com as pontas diferentes para os detalhes.

Viva RioMar: Como você se inspira para fazer suas obras?
J. Borges: Minha inspiração vem da vida, do que eu vejo, no dia a dia da região, do que sinto, nos acontecimentos, nas lendas e no folclore.

Viva RioMar: Qual o sentimento ao ver suas obras circulando o mundo todo?
J .Borges:  É um sentimento de felicidade e vontade de viver mais para fazer novos trabalhos.

Viva RioMar: Quais são as gravuras mais pedidas?
J. Borges: As de folclore, fantásticas e temas regionais.

Viva RioMar: Qual é o segredo para estar há tanto tempo produzindo e vendendo suas peças?
J. Borges:  Fazer um trabalho bonito e que toque no sentimento do povo. Acredito que os preços acessíveis também. Assim, todos podem ter acesso à arte, do mais humilde até a classe mais alta. Esse sempre foi o meu intuito, que todos pudessem ter uma obra em casa. Fico feliz de ver o meu nome espalhado por onde vou. E que as pessoas em geral possam adquirir nossas obras.